Dia dos Professores: Multiprofissionais e visionários, eles representam a classe de educadores que engrandece o ensino público

Dar aula é uma atividade, mas ser professor é, muito antes de ser uma profissão, é uma das formas mais genuínas do amor. É doação, é cuidado, é resiliência. E ainda têm aqueles educadores que vão além: se dividem, por amor e vocação, em outras atividades e aproveitam o conhecimento adquirido para enriquecer o ensino ou criar estratégias para conduzir a excelência de uma gestão escolar.

Hoje, dia 15 de outubro, em homenagem ao Dia do Professor, destacamos três educadores da rede municipal de Duque de Caxias, que evidenciam essas características e representaram todos os 5.141 nobres professores que atuam nas escolas do município.

Como é o caso da diretora Maristela, que, por ironia do destino, atualmente dirige a escola onde estudou durante a infância. Ela conta que a dança foi o principal elo que a fez se encantar pelo magistério e, até hoje, a acompanha.

Foi justamente na escola onde eu trabalho hoje que me deu a oportunidade de ter aulas gratuitas de ballet. Era o meu sonho sendo realizado, já que meus pais não tinham condições de pagar. Além disso, a professora Dalva, de Educação Física, sempre me incentivou. Enfim, fiquei apaixonada pelo universo escolar e quis ser professora para poder fazer por outras crianças, o que fizeram por mim”, lembrou a diretora, que é professora há 43 anos. Paralelamente, ela pratica as danças turca e de salão e já foi passista da escola de samba Beija-flor de Nilópolis, durante oito anos.

Maristela acrescenta que a dança possui uma influência enorme no seu ofício como gestora.

“A dança me ajuda a ser mais flexível, a ter postura, a esperar para tomar decisões e a ter equilíbrio emocional. Sempre que possível incentivo os professores a estudarem dança. Nesta semana, por exemplo, graças ao projeto Pequenos Passos, da Secretaria Municipal de Educação, começamos a oferecer aulas de ballet para os nossos alunos. Isso é maravilhoso”, comemorou.

Já o polivalente diretor Robson, pratica jiu-jítsu há 21 anos, e é professor há 18. Ele conta que a luta foi essencial para conduzir o seu trabalho como educador e gestor.

“O jiu-jítsu me deu disciplina, é questão de estrutura mental e física para vencer os próprios limites. A gente, por exemplo, não consegue treinar sozinho, por isso aprendemos a respeitar e a cuidar do próximo. Além disso, aprendemos a lidar com os desafios. Sempre levei esses ensinamentos para a minha vida, principalmente na escola. Amo ser educador e o jiu-jítsu é essencial para mim”, disse Robson, que é faixa preta, e acumula várias medalhas de campeonatos estadual e municipal , além de ter um histórico de excelência à frente da escola onde administra.

A orientadora educacional, Simone Simões, por sua vez, encontrou no artesanato sua fonte de inspiração.
“Cresci no meio das artes. Aos 12 anos de idade, fiz a minha primeira boneca inspirada no Monteiro Lobato (escritor infantil brasileiro), e não parei mais. O artesanato com bonecas é o resgate da minha infância que eu introduzi na minha trajetória como professora. Tenho orgulho de ser professora e gosto de oferecer o meu melhor para os alunos. Entre as inúmeras bonecas que fiz, inclusive, para usar nas minhas aulas, que sempre fez sucesso com a garotada, destaco a que doei para um centro de reabilitação aplicada à neurologia infantil e outra que usei como uma forma de praticar arteterapia com uma aluna e sua mãe que realmente precisavam e teve um resultado recompensador”, destacou Simone.

Que esse 15 de outubro, mais do que uma data para receber homenagens ou presentes, seja um dia para lembrar o porquê da escolha dessa carreira.

Que hoje seja o dia para ser lembrado da sorte que é vivenciar uma verdadeira vocação, poder acreditar no que se faz a cada dia e, acima de tudo, lembrar daquele meio sorriso iluminado que surge no rosto dos alunos quando se dão conta de que aprenderam algo. Não há melhor explicação: é um lance de amor mesmo.

Por Marilea Lopes