Espetáculo de dança Pequenos Passos, apresentado por alunos da rede, emociona o público, no Teatro Raul Cortez

Quando se tem uma meta é possível transpor barreiras, vencer desafios e alcançar a vitória almejada. Princípios esses que ficaram evidenciados durante o lançamento do projeto Pequenos Passos, no sábado (01/12), no Teatro Raul Cortez. Promovido pela Secretaria Municipal de Educação, 170 alunos, inclusive, da Educação Especial, de cinco escolas municipais, brilharam no palco e emocionaram o público com um marcante espetáculo de dançaO projeto foi desenvolvido pela bailarina e assessora técnica da SME, Grazi Di Castro, e contou com o apoio do professor da rede e bailarino Guilherme Diaz . O evento teve a participação da secretária municipal de Educação,Cláudia Viana; da subsecretária de Ensino, Denise Klayn, e da chefe do Departamento de Programas e Projetos Educacionais, Arlene Cavalini, onde o projeto Pequenos Passos é vinculado. O espetáculo contou também com a parceria da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Visivelmente emocionada com o resultado do trabalho, a secretária Cláudia Viana, antes de iniciar o espetáculo, fez questão de visitar os bastidores e ficou encantada com o que viu. “As crianças estavam lindas e os olhos delas brilhavam de emoção. Era a primeira vez que se apresentavam num palco enorme diante de uma casa lotada. É gratificante poder proporcionar condições para esses pequenos se sentirem mais importantes e valorizados. É tornar o indivíduo mais confiante, ter seu espaço adquirido; é levar mais dignidade para a família”, enfatizou a secretária.
“Estamos muito felizes por realizar mais um sonho. É um resgate da autoestima. Aprovamos esse projeto e em pouco tempo pudemos torná-lo real. Esse é um momento que ficará registrado para sempre na minha memória. Parabéns a todos os envolvidos”, acrescentou Denise Klayn.

O espetáculo, dividido em duas sessões, com 16 coreografias de filmes animados da Walt Disney, foi decorado com um super telão ao fundo, onde eram projetadas as cenas dos famosos longas-metragens. Caracterizados com figurinos em alusão aos personagens da Disney, meninas e meninos das escolas municipais Márcio Fiat, do bairro Parada Angélica; Municipalizada Sergipe, em Xerém; e creche Profª Jesuína de Fátima de Andrade, em Campos Elíseos, dançaram sob a regência da professora Grazi, e deram conta do recado, em meio aos olhares atentos dos familiares, que disputavam o melhor ângulo para registrar a performance dos seus pimpolhos.
De acordo com a professora Grazi, as aulas do projeto iniciaram em setembro do ano passado. “Para darmos o pontapé inicial escolhemos escolas localizadas em áreas de difícil acesso à cultura e à arte.  Sinto-me gratificada por ter a oportunidade de fazer o que amo. Foi tudo muito perfeito, desde o primeiro contato com as crianças ao carinho e o comprometimento dos pais, professores e direção das escolas. Trabalhar em equipe é fundamental para o sucesso de qualquer trabalho. Ninguém é feliz sozinho. O resultado? Tenho alunas que já disseram que vão ser bailarinas profissionais” comemorou a professora, que começou a dar os primeiros passos na dança aos seis anos de idade e leciona há 12. Ela adiantou que esse foi o primeiro de muitos outros espetáculos que virão. “A nossa intenção é alçarmos voos ainda maiores”, acrescentou.

Já o professor Guilherme Diaz, que também é bailarino por formação e professor da rede de Duque de Caxias, há 16 anos, realiza um trabalho de dança ímpar voltado para alunos, principalmente, especiais, na Escola Municipal Pestalozzi, em Santa Cruz, e no Ciep Municipalizado 405 Ministro Santiago Dantas, em Itatiaia. “A minha vertente é mais inclusiva. Essa é a minha bandeira de luta. A arte transforma vidas. Eu tinha alunos, por exemplo, com aversão de ir à escola. Hoje, são outras pessoas. A dança, além de melhorar a postura, a coordenação motora e a socialização, faz com que se sintam artistas e capazes de dar o seu melhor. Não há limitação que os impeça de brilhar no palco, seja ele, por exemplo, com síndrome de down ou autista. Todos são capazes”, destacou o professor, que preparou para o espetáculo 47 alunos da classe regular e especial.

Enquanto isso, as mamães Luana Oliveira e Mariana Costa eram só orgulho com a apresentação das filhas, que estudam na Escola Municipalizada Sergipe. “Estudei na mesma escola da minha filha e não tive essa mesma oportunidade. Em todo o bairro, é a única unidade que ensina balé e de graça. Isso é maravilhoso. Só temos a agradecer, em especial a professora Grazi e a toda Educação. A escola também tem um ensino maravilhoso, a merenda é de qualidade e a diretora é muito especial para nós”, disse Mariana Costa, que é mãe de Isabella, de 9, e Rafaella, de 5.
“Chorei muito ao ver minha filha subindo ao palco e realizando o sonho da vida dela. Ela fraturou o tornozelo e chegou a ficar em depressão por ter ficado alguns uns meses afastada das aulas. Mas, segundo o médico, a vontade de voltar a dançar foi fundamental na recuperação dela. Hoje, ela está aqui dançando tão linda”, festejou Luana, com lágrimas nos olhos.